sábado, 14 de setembro de 2013

Resenha - O oceano no fim do caminho

Livro: O oceano no fim do caminho
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca

Sinopse da Editora: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu o suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino. Ele sabia que os adultos não conseguiriam - e não deveriam - compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.


Eu participo de vários grupos relacionados a livros no Facebook, e um desses grupos propôs que escolhêssemos um livro para lermos juntos e comentarmos durante a leitura. Entre vários livros que eu já havia lido, outros que não tinha interesse em ler, estava “O oceano no fim do caminho”, o nome me chamou atenção e votei nele que no final acabou sendo o escolhido. Vale dizer que não gosto de ler sinopse de livros, até quando pego um livro e penso em comprar ou não, dou apenas uma olhada no que é dito na contracapa. Normalmente prefiro ler sem saber nada do que me espera, isso as vezes faz com que me arrependa da leitura, ou não.
No caso de “O oceano no fim do caminho” eu não me arrependi. Apesar de ser uma história fantástica, com seres e fatos irreais a leitura flui e nos leva a querer saber quais são os mistérios que as envolve e como vão fazer para resolver todos os problemas.

A narrativa é em primeira pessoa. Um homem de 47 anos retorna ao lugar onde passou sua infância e começo da adolescência. Nesse retorno ele relembra seu passado. Lembra dos tempos difíceis quando os pais decidiram alugar um quarto da casa em que moravam e alugam justamente o quarto que era dele, o quarto que ficava no alto da escada e que tinha uma pequena pia amarela que era exatamente do seu tamanho e instalada especialmente para ele. Ele tinha apenas sete anos. O primeiro inquilino foi um minerador de opala, um homem misterioso que um dia rouba o carro da família, e dentro dele, no meio de um caminho deserto comete o suicídio. Esse fato pontua o início de situações estranhas nas redondezas fazendo com que os sonhos das pessoas se tornassem realidade. Porém, os seres que surgem de algum lugar para satisfazer as pessoas não são deste mundo e acabam descontrolando tudo e a todos, ameaçando o mundo real em que as pessoas vivem, inclusive colocando em risco a vida do menino e de sua melhor amiga, uma menina que vive em uma fazenda bem no fim do caminho, no meio do nada e onde ela tem o seu próprio oceano no fundo do quintal.

“_ É um oceano de verdade? – perguntei.
_ Ah, é sim – respondeu ela.”

O menino é a chave entre os dois mundos e se vê diante da responsabilidade de defender sua família e amigos, e até mesmo o mundo em que vive. Para isso tem que enfrentar situações bizarras e recebe a ajuda de três mulheres, incluindo sua melhor amiga. Quem são essas mulheres e como elas fazem para ajudá-lo está descrito em sua narrativa e nos faz pensar se é real o que o homem viveu aos sete anos de idade, ou foi tudo fruto de sua imaginação infantil.

Os personagens da história não são totalmente desenvolvidos, mas eu acredito que isso faça parte do suspense do autor para com a história. Uma maneira de fazer com que fiquemos na dúvida de quem é real ou não.
Alguns pontos ficaram em suspenso, sem explicação, mas nada que tenha atrapalhado o desenvolver e finalização. Talvez o autor não tenha esclarecido justamente por não ter influência na história e também para, mais uma vez, nos deixar na dúvida de quem é, o que foi e onde estava.
Não foi um livro que eu tenha me arrependido de ler, como eu disse a leitura flui e é bem rápido já que o livro tem um pouco mais de 200 páginas. Não vai entrar na minha lista de livros preferidos, inesquecíveis, mas se a pessoa pretende ler um livro leve e sem pretensões antes ou depois de outro livro mais denso, eu recomendo esse.

Quotes: 

“Esse é um problema com as coisas vivas. Não duram muito. Gatinhos num dia, gatos velhos no outro. E depois ficam só lembranças. E as lembranças desvanecem e se confundem, viram borrões.”
(pág. 35 e-book)

“Ninguém realmente se parece por fora com o que é de fato por dentro. Nem você. Nem eu. As pessoas são muito mais complicadas que isso. É assim com todo mundo.”
(pág. 86 e-book)

“Vou dizer uma coisa importante para você. Os adultos também não se parecem com adultos por dentro. Por fora, são grandes e desatenciosos e sempre sabem o que estão fazendo. Por dentro, eles se parecem com o que sempre foram. Com o que eram quando tinham a sua idade. A verdade é que não existem adultos. Nenhum no mundo inteirinho.”
(pág. 87 e-book)

Sobre o Autor:


Neil Richard Gaiman, nasceu em Portchester em 10 de novembro de 1960. É um autor de romances e quadrinhos inglês. Atualmente vive em Minneapolis-EUA.
Sua criação quadrinística mais conhecida é “Sandman”, que tem como personagens principais Sandman, a personificação antropomórfica do Sonho, também é conhecido como Morpheus, numa referência à mitologia grega e seus irmãos, Morte, Destino, Delírio, Desejo, Desespero e Destruição.



As principais obras do autor já lançadas no Brasil são:

O livro do cemitério – 2010
Lugar nenhum – 2010
Deuses americanos – 3ª edição - 2011
Os filhos de Anansi – 2012

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