quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Resenha - Perdida


Perdida - um amor que ultrapassa as barreiras do tempo
Autor: Carina Rissi
Editora: Verus

Sinopse da livraria: Sofia vive em uma metrópole e está acostumada com a modernidade e as facilidades que ela traz. Ela é independente e tem pavor à mera menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são aqueles que os livros proporcionam. Após comprar um celular novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século dezenove, sem ter ideia de como voltar para casa – ou se isso sequer é possível. Enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de retornar ao tempo presente, ela é acolhida pela família Clarke. Com a ajuda do prestativo – e lindo – Ian Clarke, Sofia embarca numa busca frenética e acaba encontrando pistas que talvez possam ajudá-la a resolver esse mistério e voltar para sua tão amada vida moderna. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos... “Perdida” é uma história apaixonante com um ritmo intenso, que vai fazer você devorar até a última página.

Naquela dúvida de sempre de qual próximo livro a ler, uma amiga me perguntou se não gostaria de ler esse livro e fazer a resenha para o seu blog. Olhei a capa do livro e fiquei com um pé atrás por imaginar ser uma história adolescente, afinal uma jovem vestida com uma roupa de gala e tênis All Star não podia ser uma história muito longe disso. Dei uma rápida olhada na sinopse e vi se tratar de uma história de volta ao passado. Ok! Vou ler e fazer a resenha, isso se conseguir ler até o final. Não são todas as histórias adolescentes que me prendem, muitas são chatas, com dilemas demais e desnecessários, conflitos que surgem do nada e tanto mimimi que me cansa.

Peguei o livro e pensei: "Vamos... com boa vontade pode dar pra terminar a leitura". Mas o livro me surpreendeu totalmente, no primeiro capítulo a história já prendeu. Mas peraí, nem cheguei ainda no segundo capítulo! Verdade! O livro já prende no primeiro capítulo. A leitura é super fácil e gostosa, a maneira que a autora vai desenvolvendo o enredo te faz querer saber logo o que vem depois, o que vai acontecer. Como a personagem vai se virar, e quando vi já devorava o livro. Sim, é uma história adolescente, os personagens principais tem 20 e poucos anos, porém não tem o nhénhénhé característico de muitos livros para essa faixa etária.

A história é bem desenvolvida, os personagens são descritos ricamente e são envolventes, todos, sem excessão. Não temos vilões, nem mocinhos, temos gente.

A história começa em 2010 e a autora nos apresenta Sofia Alonzo, uma jovem que vive uma vida vazia, como ela mesma define. Vive do trabalho para casa, tem poucos amigos - na verdade só conhecemos uma grande amiga. Não sente prazer no trabalho, não gosta do seu chefe que sempre a irrita. E não tem prazer na vida, não se sente atraída por ninguém, nunca se apaixonou e viveu um grande amor. Não tem família. Filha única perdeu os pais em um acidente. Mora sozinha em um pequeno apartamento que está sempre bagunçado. "Escrava" da modernidade, tecnologia, Internet, informática, celulares. Não consegue nem se imaginar vivendo sem tudo isso.

Um dia sai com uns poucos amigos e depois de beber além da conta seu celular cai no sanitário de um banheiro público, em um bar. Viver sem celular hoje em dia, quem consegue? No dia seguinte a primeira providencia é comprar um novo e é isso que ela faz. Entra em uma loja e é atendida por uma mulher estranha que consegue lhe vender um celular moderno que garante ter tudo que se espera de um celular e mais um pouco. Quando Sofia sai da loja e liga o celular, ele não funciona e irritada resolve voltar na loja para reclamar, mas algo acontece no caminho, na pressa ela tropeça em uma grande pedra, uma luz tão forte que a cega momentaneamente é emitida através do celular, ela cai e.... está no século XIX, no ano de 1830.

No passado ela conhece Ian Clarke, um jovem que está passando no momento em que ela, atordoada, levanta depois de tropeçar na pedra, sem saber onde está e porque todos os prédios, lojas e o parque sumiram. Ele parece saído dos seus livros preferidos de Jane Austen, um cavaleiro a moda antiga, um príncipe encantado. Lindo, elegante e extremamente educado, que apesar de estranhar a pouca roupa de Sofia, nada estranho para os dias atuais, cree que ela foi assaltada e lhe levaram até suas roupas, ficando apenas com roupa debaixo. Uma garota estranha que fala de maneira estranha, destrambelhada e sem modos. Ele, como um cavaleiro não pode abandonar uma jovem indefesa e a acolhe em sua casa até que tudo se resolva e ela consiga retornar ao seu lar. Algo um tanto improvável nos dias de hoje.

As descobertas de Sofia sobre os costumes e conhecimentos existentes no séc. XIX é muito divertida. Como viver sem banheiro?! Como usar as roupas desconfortáveis da época? Muitas situações que de tão corriqueiras hoje em dia não conseguimos nem pensar em como as pessoas viviam antigamente. Essas descobertas fazem com que a leitura fique ainda mais prazeirosa. Passagens hilárias como a do “pé de alface” faz com que não vejamos mais um simples alface da mesma forma.

Não é um enredo original e o final é previsível, mas o desenrolar da história nos prende totalmente na curiosidade de como vão chegar ao desfecho.

Perdida 2 já está a caminho e eu já estou contando os dias para ler.

Se você quer uma leitura leve e divertida com certeza vai se deliciar com essa história.

Quotes:
“Viver em função de uma só pessoa, como se sua vida apenas tivesse sentido se ela estivesse por perto? Acordar e olhar para a mesma pessoa todo santo dia? Sexo com uma única pessoa pelo resto da vida? Ter que cuidar da casa, do marido, dos filhos, do cachorro, trabalhar... Não era um tipo de sentença de escravidão, pelo menos? Eu não entendia o que levava uma pessoa lúcida a se casar. Se bem que a maioria delas não parecia gozar de sua plena sanidade quando estavam apaixonadas.” (pág. 13)

“A banda – ou seria orquestra? – começou uma música animada. O violino vibrante contagiou as pessoas, que se puseram em fila, homens de um lado, mulheres de outro. Fiquei olhando com incredulidade, esperando que alguém gritasse: Óia a cobra! É mentira! Mas é claro, ninguém fez isso. A dança era familiar, meio parecida com a quadrilha que eu conhecia, só que séria, sem brincadeiras.” (pág. 250)

“Rezei para que, quando eu voltasse acontecesse um milagre e, como nos filmes, eu simplesmente esqueceria tudo que vivi ali. Porque eu queria esquecer o que vivi com Ian, esquecer suas falsas juras de amor, esquecer seus sorrisos, seu cheiro, nossas conversas, o que vivemos.... esquecer tudo!” (pág. 272)





Sobre a autora:

Carina Rissi nasceu no interior e viveu na capital paulista por seis anos. Atualmente mora com sua família em Ariranha, interior de São Paulo.

Outra obra da autora:

- Procura-se um marido

Um comentário:

  1. Oi! Parabéns pelar resenha!
    Estou louca por este livro da Carina. Pelo visto vou amar a leitura!
    Um beijo,
    Jeni - docesabordoslivros.blogspot.com

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